A Serra do Arestal, uma das Serras que constitui o Maciço da
Gralheira, está inserida nos concelhos de Sever do Vouga, Vale de Cambra
e, em menor escala, no de Albergaria-a-Velha, e orienta-se no sentido
Nordeste-Sudoeste, considerado contraforte da Serra da Arada. Com 20 km
de extensão, atinge a altura máxima à cota de 869 metros acima do nível
do mar.
É delimitada a Norte e Oeste pelo Rio Caima e a Este pelo Rio
Teixeira, ambos importantes afluentes do Vouga. A Serra da Arada
delimita-a a Nordeste através de uma falha de escarpa, no sentido
Noroeste-Sueste.
É constituída por grandes planaltos nas zonas mais elevadas, descendo
de forma suave a Este, irrompendo pequenos cabeços das várias
plataformas.
Genericamente, as vertentes Norte, Sul e Oeste são mais acentuadas e
descem abruptamente para os rios Vouga, Teixeira e Caima, dando origem a
vales profundos e encaixados.
Nesta serra, onde existem importantes vestígios megalíticos,
avistam-se paisagens deslumbrantes que incluem o litoral, de Espinho até
à Serra da Boa Viagem, e o interior montanhoso, da Serra de Montemuro
até à Serra da Estrela.
Desta serra avista-se a Ria de Aveiro e as aldeias que se escondem nas cabeceiras do Rio Bom.
Mineralogicamente, o subsolo é rico em cobre, chumbo, estanho e
volfrâmio. O complexo mineiro do Braçal, que inclui as minas do Braçal,
Malhada e Coval da Mó, permitiu a exploração de um dos maiores jazigos
mineiros da região de Aveiro.
Nas culturas cerealíferas encontradas nos planaltos superiores e nas
chãs das vertentes predominam o milho e o centeio. O milho, a vinha, a
oliveira e a laranjeira predominam nas zonas abrigadas das encostas.
A fauna do Arestal é, predominantemente, constituída por gado bovino,
ovino e caprino, sendo essenciais como recurso alimentar para a
população da região.
O clima é temperado marítimo, progressivamente mais rigoroso nas
zonas de maior altitude.
Salienta-se a existência de numerosas cascatas envolvidas por uma
vegetação luxuriante, as enigmáticas gravuras de arte rupestre atlântica
e os notáveis monumentos megalíticos que testemunham a ancestral
ocupação humana deste território.
Quanto ao património religioso, a igreja e cruzeiro de Rôge, são, provavelmente, os monumentos mais populares da região.